segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O ser humano e a culpa



Ser o que? Humano!? Quais são os sentidos da humanidade?
Alguns atribuem a humanidade ao pecado, ou seja, natureza pecaminosa.
Outros a dignificam, dizendo que ser humano é um estado de ser alguém no mundo que realmente é digno dele.
Alguém já disse que a espécie humana é fraca, desequilibrada, e que precisa sempre de algo para se auto-afirmar.
São tantas as tentativas de definir esse ser totalmente ontológico! (redundante sim, foi de propósito).
Confesso que em algumas circunstâncias já tentei pensar sobre o assunto, mas logo percebi que ele é de imensa complexidade e então desistir. Pois este ser humano é dotado de sentimentos, emoções, desejos que em vários momentos são desconhecidos para ele mesmo. Este ser a procura de si ou do autoconhecimento, se desconstrói, reconstrói, arruma, desarruma, enfim, este é o ser humano, um ser que não pode sê definido, está sempre em anamnese. Pois isto é próprio do seu ser.
Então o que dizer dos seus sentimentos. Falar dos sentimentos não é tarefa fácil. Primeiro, cada ser tem seus sentimentos, embora pareçam universais, tenho provas evidentes de que não são. Eles são de mel, de fel, de pão, de cão, de açúcar, de sabão, de água, de fogo, e às vezes é como a morte, apenas uma passagem, apenas um momento que se eterniza.
Como gostaria de dá ordens aos meus sentimentos neste momento, dizer a eles: parem ou prossigam, não sejam assim, mim obedeçam, sou seu dono. Coitadinho de mim, não sou dono nem de mim mesmo, imagine dos meus sentimentos. Eles se revoltaram contra mim, causam-me assombro, perplexidade, mas eu os amo, eu quero que eles sejam livres, mas com uma única condição: sejam capazes de ir em busca de outros sentimentos que se assemelhem a eles, caso contrário, seria melhor a morte.
Um dia em um desses momentos que provei as profundezas da minha humanidade, percebi realmente que ser humano é gostoso demais. Um sentimento que atende por nome de culpa! Veio até mim, vestido de toda sua glória e resplendor, na tentativa de intimidar-me, acorrentar-me nas mais profundas cavernas da angustia que na minha concepção é o inferno. Este sentimento se impôs, usou toda sua audácia, furor, ele acreditava que mim venceria assim tão fácil. Mas esse sentimento havia esquecido que eu estava vivendo o mais profundo ser da experiência humana, digamos que aquele era o momento do ápice, do orgasmo da humanidade, nada podia mim deter, nada iria atrapalhar aquela experiência que era proveniente do êxtase. Logo disse ao sentimento de culpa: Não tenho medo de você, acuse-me, afronte-me, e verás o quanto sou humano, o quanto sou capaz de reconhecer que és um derrotado, não preciso mais de você para penitenciar-me, agora sou livre, posso voar, posso subir e descer montanhas quando bem quiser. Você não pode mim deter, sou um ser humano e reconheço isso.
Enquanto viver gozarei da humanidade que a mim foi confiada pelas mãos daquele que um dia também se fez ser humano. Então mim diga, o que dizer sobre isso? Um Deus que se fez humano.
Nos meus próximos pensamentos acredito, digitar ínfimas palavras em direção a este argumento.
Sentimento de culpa, quero mim despedir de você como um bom cavalheiro, não precisa mais voltar, não preciso mais de você.
Leve um abraço meu!

Ildeilson Santos!

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